Férias de Fininho
É hora de relaxar. Viva as férias, cada tenista corre para um lado e todos esquecem a raquete por um tempo
Hoje vou comentar um pouco sobre as férias dos tenistas.
Como vocês os tenistas também tem suas semaninhas de relax, alguns com mais tempo outros nem tanto.
Hoje, segunda feira dia 17 de novembro a grande maioria do circuito está de ferias. Tirando os 8 jogadores envolvidos na final da Copa Davis na Argentina e mais alguns jogadores jogando os últimos challengers e futures do ano, o resto está relaxando. Que delicia. Vocês não tem idéia do prazer que é ter duas semanas livres.
Depois de um ano diferente, com quatro jogadores ganhando títulos grandes e pela primeira vez em muito tempo a perspectiva de equilíbrio na próxima temporada.
Tanto Nadal, Federer, Djokovic e o Murray vão aproveitar para analisar bem a temporada, programar direitinho o calendário do ano que ver e aproveitar cada segundo das suas férias. Os quatro terminaram estourados. O sérvio foi o que mostrou estar um pouco mais inteiro no final. O outros três... meu deus estavam mortos.
O que faz um tenista nas ferias, quanto tempo eles tem, eles não pegam na raquete, fazem outro esporte... essas são perguntas corriqueiras que me fazem no dia a dia.
O tenista normalmente usa dezembro para fazer sua pré-temporada, nela o jogador tem a melhor chance de trabalhar deficiências, mudar de raquete, corda ou qualquer mudança mais drástica que queira fazer. É lógico que para fazer esse tipo de mudança o corpo tem que estar descansado, a cabeça tranqüila e o mais importante, com a energia renovada.
Muitos tenistas aproveitam essa folga no circuito para desaparecer, conheço varias historias de tenistas que desligam tudo, vão para lugares desabitados ou no meio do mar. O grande problema que se vive nas ferias é que somente o tenista está livre. Temos uma profissão diferente das demais. Quando entramos em férias nossos amigos, parceiros, familiares não estão ainda.
Lembro que ligava para amigos de tarde e perguntava o que eles estavam fazendo. Resposta imediata era... Trabalhando né!!
Enquanto eu tinha o dia inteiro livre e ficava caçando alguém para me acompanhar para uma viagem, as pessoas estavam no seu dia a dia normal.
Falando das férias alguns jogadores me contavam em janeiro suas viagens, o Ivanisevic dizia que ia pescar com seu barco, ia para alto mar e ficava uma semana desconectado do mundo. O Rosset (suíço) também amante de barcos ficava a semana toda velejando e parando em ilhotas para dormir, comia peixe e esquecia que era tenista por um tempo. O Rafter se escondia em sua casa em Bermudas, desligava tudo e só aparecia 10 dias depois. O Philipousis se aventurava nas ondas do mundo, pegava sua prancha e sumia. O Kafelnikov passava seu tempo livro nas mesas de poker em Moscou. O Argentino Hernan Gumy, pegava sua camionete, sua esposa e seus cunhados e ia em direção ao glacial Perito Moreno, voltava zen, relaxado e com força total.
Nessa semana normalmente é ferias total, sem nenhum esforço físico e tentando falar o mínimo possível de tênis. Quem tem a chance e o tempo de ter mais que isso de férias na semana seguinte começa a se exercitar fisicamente.
Eu sempre pegava duas semanas, mais que isso era humanamente impossível conseguir com meus técnicos. Dia 1 de dezembro já estava trabalhando duro para a temporada seguinte. Os torneios começam na primeira semana do ano e um mês é o tempo ideal para se trabalhar no seu jogo e físico.
Logicamente que coloquei os lugares mais diferentes para dar o exemplo, muitos dos jogadores ficam em suas cidades e aproveitam para curtir coisas que durante o ano não podem. Uma boa saidinha, rever os amigos, shows, cinema e praia. Por duas semanas sentimos que somos “normais’, podemos fazer as coisas que todos fazem, como dormir mais tarde sem se preocupar com o dia seguinte.
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